quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Novos usos da RFID apresentam desafios

DA ASSOCIATED PRESS

As empresas afirmam que os dispositivos RFID aumentam a eficiência na cadeia de distribuição dos produtos, combatem os furtos e inibem a pirataria. Nas lojas, portas com RFID poderiam escanear as compras de um consumidor automaticamente, eliminando a necessidade de processos de verificação na saída.
Dentro das casas, refrigeradores com RFID avisariam sobre existência de leite com a data vencida, gerariam listas de compra semanais ou até enviariam sinais para uma TV interativa, e o morador assistiria a comerciais personalizados.
"Identificamos um grande número de diferentes aplicações para essa tecnologia", afirmou Dan Mullen, presidente da AIM Global, uma associação nacional de empresas de coleta de dados, o que inclui a tecnologia RFID. "E é provável que estejamos apenas arranhando a superfície em termos do que a RFID pode oferecer."
O problema, dizem alguns, é que os produtos com microchips poderiam ser usados também para outros fins.
Quando etiquetas forem colocadas em tantos objetos, repassando informações para bancos de dados que manteriam contato com cartões de crédito e cartões de banco, quase nenhum aspecto da vida das pessoas estaria livre dos olhos das empresas e dos governos, disse Mark Rasch, ex-chefe da unidade de crimes por computador do Departamento de Justiça dos EUA.

Passivas e ativas
Hoje, as etiquetas com radiofreqüência mais vendidas nos EUA são os chamados emissores passivos, significando que não possuem uma fonte interna de energia. As transmissões de sinal, que ocorrem em todas as direções, a distâncias que variam de alguns centímetros a até seis metros, só começam quando um aparelho de leitura aciona essas etiquetas por meio de um jato de elétrons.
Menos comuns, mas cada vez mais utilizadas, são as etiquetas ativas, que possuem baterias internas e conseguem transmitir os sinais, continuamente, a grandes distâncias (chegando a satélites que orbitam a baixas altitudes).
Os varejistas e os fabricantes de produtos desejam usar, para controlar o estoque, as etiquetas passivas em substituição aos códigos de barra. Essas etiquetas de identificação por radiofreqüência transmitem códigos eletrônicos de produto, um conjunto de número que permite a identificação de trilhões de objetos diferentes.
Algumas delas informam dados específicos sobre o item, tais como seu preço, apesar de não fazerem o mesmo a respeito do nome do comprador.

Invasão de privacidade
No entanto, "uma vez que um objeto etiquetado associa-se a um indivíduo em particular, informações que identificam uma determinada pessoa podem ser obtidas e, então, somadas para criar um perfil do consumidor", adverte em um relatório de 2005 sobre a RFID o Escritório de Supervisão do Governo, um órgão dos EUA.
Elliott Maxwell, um pesquisador da Universidade Estadual Pensilvânia que trabalha como conselheiro da EPCglobal (o grupo que fixa os padrões do setor), afirma que a transmissão de dados pelos microchips pode ser facilmente interceptada por hackers.
À medida que a tecnologia RFID popularizar-se será "difícil saber quem está coletando quais dados, quem tem acesso a eles, o que estão fazendo com eles e quem deveria ser o responsável por eles", escreveu Maxwell no "RFID Journal".

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