quarta-feira, 20 de maio de 2009

A diferença entre as telas sensíveis ao toque

Telas sensíveis ao toque podem ser implementadas de maneiras diferentes.
Separei duas matérias que explicam o funcionamento de algumas das técnicas empregadas.
A primeira vem do blog do Mauro Martins :

Telas resistivas são utilizadas a muito tempo na indústria de automação, em interfaces homem-máquina (IHM). São utilizadas, principalmente, por seu preço relativamente baixo, em relação as outras tecnologias existentes.

As telas capacitivas ganharam notoriedade por seu uso no iPhone / iPod Touch, porém são utilizadas em alguns projetos de automação. Seu preço é mais caro, e ela tem restrições de temperatura do ambiente, porém são mais precisas.

Telas Resistivas

Telas resistivas são compostas por várias camadas de material, e, entre estas camadas, duas camadas de material condutor de eletricidade. Conforme pressionamos a tela, estes materiais fazem contato, e, através do conceito de divisor de tensão, podemos saber a sua posição em coordenadas X-Y. Telas mais recentes também conseguem sentir a intensidade do toque, e, assim, saber se o objeto que a está tocando é uma Stylus ou um dedo. O N800 é um gadget que utiliza muito bem este recurso.


Uma tela resistiva oferece entre 75% a 85% de precisão, e sempre necessitam ser calibradas, por causa do desgaste do material, o que acaba mudando a tensão de referência. São as telas mais baratas do mercado.

Telas Capacitivas

Telas capacitivas funcionam de uma maneira diferente: o material da mesma (normalmente um óxido fraco) é alimentado com uma pequena tensão, de modo a acumular energia (efeito conhecido como capacitância). O nosso corpo também é um capacitor, e, quando em contato com a superfície, retira alguns elétrons da mesma (ou doa!), assim sendo detectada a posição do toque. Como a mesma trabalha com troca de elétrons, canetas Stylus normais não funcionam, somente os dedos ou canetas especiais (em contraste com a resistiva, onde qualquer objeto é capaz de fazer as duas camadas condutoras se tocarem). A precisão deste tipo de tela é praticamente 100%, ela é de alta durabilidade, mas não pode trabalhar em ambientes muito frios ou quentes. Veio aparecer por causa do iPhone e a sua interface revolucionária, a qual não funcionaria a contendo se não fosse este tipo de tela.


A segunda matéria foi publicada no Gizmodo Brasil, e explica também a tecnologia usada no Microsoft Surface:


Sensores de toque infravermelhos, atualmente famosos por serem utilizados na mesa Surface da Microsoft, tem um approach ligeiramente diferente. Por funcionar bem com dispositivos maiores, poderá ser mais visto por aí em breve, especialmente em produtos da Microsoft.

Como funciona: basicamente, a imagem na superfícia é projetada por baixo, juntamente com uma luz infravermelha. Ainda por baixo da tela existem câmeras infravermelhas que podem ver quando a luz é refletida por objetos (como seus dedos, celulares ou qualquer tralha que esteja na mesa), e essas imagens são processadas e traduzidas enquanto você move e gesticula com fotos e objetos virtuais na tela.

Bom e ruim: a coisa boa disso é que essa tecnologia já existe há algum tempo e é bem barata. O lado negativo é o tamanho do aparato. O Surface, por exemplo, precisa ficar escondido em uma mesa, ou pelo menos em uma esfera enorme. Outro problema é sua sensibilidade à luz. Flash de máquina fotográfica ou exposição direta ao sol pode confundir os sensores, fazendo tudo parar de funcionar direito.

Mais, mais mais!!! Existem outros tipos de tecnologias de telas sensíveis ao toque que ainda não chegaram ao grande público. O sistema de ondas acústicas de superfícies utiliza transdutores e refletores que detectam se ondas ultra sônicas que estão flutuando entre eles estão sendo perturbadas (absorvidas, melhor dizendo), significando que alguma coisa a está tocando. Vantagem é que não precisa da porcariada metálica na tela, oferecendo assim 100% de brilho e uma incrível claridade. Aparentemente, para acabar com a alegria, poeira e sujeira pode afetar a precisão, ou seja, porquinhos de plantão, desistam.


Sharp e outras fabricantes lançaram um protótipo de tela com tecnologia de sensor ótico diretamente implementado na tela. Elas são sensíveis o suficiente para detectar o seu dedo passando na tela pixel por pixel. Além de permitir facilmente multitoque, ainda pode ser um dublê de scanner, por conta desse lance ótico. Atualmente, só existe para as telinhas dos celulares - e pode ser aumentado para no máximo uma tela de notebook. Claro, assim como infravermelho, pode ser afetado por flutuações indesejadas de luz.


Mary Lou Jepsen - a cabeça da engenharia por detrás o laptop da OLPC XO e fundadora da firma de desenvolvimento Pixel Qi LCD - nos disse recentemente que ela está incentivando a aceitação da tecnologia de telas sensíveis ao toque in-cell, onde as telas teriam o mesmo custo que as tradicionais LCDs, assim como a mesma espessura, já que a parte sensível ao toque seria inerente à matriz do próprio LCD. O lance é que só funcionaria para os dispositivos que fossem especificamente projetados para funcionar com elas. Não é um periférico plug-and-play, que você pode comprar nesses sites que vendem partes de computadores e colocar pra funcionar no seu desktop de casa. Se você está apostando que este segredinho vai ajudar à OLPC a oferecer um preço incrivelmente baixo no seu próximo lançamento, o XO-2, parabéns.

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