quinta-feira, 25 de outubro de 2007

TIM e Vivo poderão alinhar estratégias de mercado no futuro, dizem especialistas

MARINA FALEIROS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA


A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) definiu anteontem que as empresas de telefonia móvel TIM e Vivo não poderão atuar juntas no mercado brasileiro, mesmo tendo agora um acionista em comum, a Telefônica. Analistas, porém, têm dúvidas sobre eventuais perdas para o mercado e o consumidor final.
Para Andre Sciarotta, analista do setor de Telecomunicações da consultoria Frost & Sullivan, pode haver no futuro semelhança entre as estratégia das empresas. "A tendência é que promoções, como aquelas que subsidiam aparelhos, tendam a diminuir, como uma maneira não oficial de alinhar posicionamento de mercado."
Sciarotta acredita que as duas empresas de celular deverão seguir no futuro políticas de mercado parecidas, com a intenção de combater outros concorrentes, como a Claro.
A Anatel determinou o veto à troca de informações comerciais e de pessoal das duas empresas. "Mas sabemos que a realidade de mercado é outra e deverá haver equipes internas que trocam informações, como em outras operações desse tipo, mas nada é oficial", diz Álvaro Leal, consultor da IT Data.
Para o consultor, as mudanças não deverão atingir, neste momento, o consumidor final. "Não há espaço para aumento de preços nos serviços de telefonia celular."
Telefônica, TIM e Vivo disseram, via assessoria, que nada muda nas empresas.
No final de abril, em operação de US$ 5,58 bilhões realizada na Europa, um consórcio de empresas liderado pela Telefônica comprou a Olimpia, holding controladora da Telecom Italia. A Anatel analisou a operação sob o ponto de vista das implicações no mercado brasileiro de telefonia móvel.
A Telefônica é sócia da Vivo (tem 50% de participação na empresa, mesmo percentual da Portugal Telecom), e a Telecom Italia, dona da TIM. As empresas atuam em todo o país e, juntas, têm 53% do mercado de telefonia móvel.
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) ainda terá de dar a palavra final sobre o negócio, do ponto de vista da defesa da concorrência.

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