Com taxas de crescimento da ordem de 50% apenas este ano, enquanto a economia como um todo patina e pode encerrar 2009 no vermelho, o segmento de banda larga móvel já começa a vislumbrar a possibilidade de saturação da atual tecnologia (3G). Durante seminário sobre o tema realizado hoje em São Paulo, o executivo Wilson Cardoso, da Nokia Siemens, chegou a projetar que as atuais frequências usadas pelas operadoras de telefonia celular atingiriam o limite em um prazo de dois anos, o que demandaria o investimento em redes mais avançadas visando eventos como, por exemplo, a Copa de 2014.
Os executivos de operadoras, do seu lado, defendem o serviço fornecido hoje e dizem que, apesar das restrições, o 3G tem plenas condições de satisfazer as necessidades de acesso à internet da maior parte dos clientes. Uma das principais limitações da tecnologia – que ainda não completou dois anos de implantação – é a velocidade do acesso e as oscilações na qualidade da conexão de acordo com o tráfego da rede no local onde está o usuário.
Na avaliação do diretor de segmentos da Oi, Roberto Guenzburger, o serviço oferecido pelas operadoras de celular atende a um segmento que ainda possui um potencial muito grande de crescimento. Para ele, não basta investir no aumento da capacidade se a maior parte dos clientes não se dispõe ou não tem necessidade de pagar pelo serviço.
O executivo da Oi pondera que, diante da nova realidade econômica e do amadurecimento do setor de telefonia móvel no País, cada real gasto pelas operadoras precisa ser muito bem justificado aos acionistas. “O mercado está menos agressivo e mais racional, e questiona muito mais a necessidade de investimento das empresas”, afirma. Por isso, ele considera que novas tecnologias como a LTE, que amplia a capacidade de acesso da banda larga móvel, só entrarão em operação quando houver uma expectativa mais evidente de retorno.
Para Márcio Nunes, diretor da Claro, os problemas enfrentados pela banda larga móvel estão muito mais concentrados na infraestrutura e na capacidade de transmissão dos dados do que na tecnologia em si. Ele avalia que as projeções de saturação do serviço em um prazo tão curto como 2011 não levam em consideração a evolução dos sistemas atuais, mas reconhece que, cedo ou tarde, o 3G precisará de fato ser substituído.
O executivo da Claro defende que as operadoras façam uma oferta mais inteligente do acesso móvel à internet para evitar frustrações dos usuários. “É preciso entender o que o cliente deseja fazer para saber se o serviço é ou não condizente”, afirma. Para usuários que usam a rede para fazer downloads, por exemplo, a banda larga fixa ainda é a melhor opção no estágio atual do 3G, segundo Nunes.
[via Technodia]
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Banda larga 3G está rumo ao naufrágio, diz Nokia
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