quinta-feira, 27 de março de 2008

Mesmo com descrença, publicidade móvel ganha ritmo nos Estados Unidos

Framingham - Embora ainda tenham dúvidas sobre o que anunciar, como e quando, empresas já aderem a campanhas publicitárias em celulares.

Os anunciantes estão apenas molhando os pés quando o assunto é a publicidade móvel, mas ainda há muita água por vir, de acordo com especialistas dessa indústria.

"Absolutamente todos os clientes querem comprar", afirma Elizabeth Ross, presidente da Tribal DDB West, agência de publicidade online. Por exemplo, a Pepsi-Cola North America, cliente da Tribal, analisa as possibilidades de anúncios móveis para a sua marca, de acordo com a executiva. No entanto, ela acrescenta, isso não significa que todos esses clientes estejam comprometidos com a mídia móvel.

"Mobilidade é aquilo em que o cliente mais pensa e deseja atualmente... mas ele ainda está um pouco confuso sobre isso", diz Elizabeth. "Como fazer, o que comprar, de quem comprar?"

O que ainda não está claro é a melhor maneira de utilizar o telefone celular para a publicidade, de acordo com Elizabeth e outros participantes do simpósio Mobile Ad Degree, realizado na última quinta-feira (20), em San Francisco (EUA). O potencial é imenso, mas o mercado ainda é pequeno, segundo eles.

Em janeiro, a empresa de pesquisas móveis M:Metrics descobriu mais de 120 marcas, de uma série de indústrias, anunciando nos cem domínios de internet mais visitados a partir de telefones celulares, segundo lembrou o analista Seamus McAteer.

"Esta é uma mídia real. Há dólares de verdade sendo gastos com ela", disse McAteer. O número real de dólares ainda não é assim tão alto, destacou o analista: cerca de 200 milhões de dólares em 2007. Mas ele espera que os gastos ao menos dobrem este ano, mesmo em meio a uma economia fragilizada.

Os anúncios em celulares não são apenas orientados pela mobilidade e direcionados a conseguir que usuários assinem um serviço ou baixem qualquer conteúdo no aparelho, disseram os especialistas durante o evento. Além desses anúncios de “resposta direta”, há agora um crescente número de anúncios de marcas, sinal de que o modelo de anúncio móvel está amadurecendo, disse Brian McDonald, vice-presidente de vendas da Mywaves, provedor de vídeo para portáteis.

Pete Distler, gerente geral da Sprint Mobile Media Network, da Sprint Nextel, diz que o telefone celular é uma boa maneira de atingir os consumidores porque ele geralmente pertence a uma pessoa e há muita informação disponível sobre este usuário.

Um fabricante de automóveis comprou recentemente anúncios focados em determinados tipos de assinantes da Sprint em Chicago e Houston, pelos quais permitia que esses usuários agendassem o test-drive em um veículo na loja mais próxima dele, explicou Distler.

Centenas de assinantes agendaram esse compromisso em seus telefones, celebrou o executivo. A campanha depois foi repetida em diversos outros grandes mercados.

Outro anunciante na Sprint foi uma cervejaria, que conseguiu focar o anúncio de sua cerveja nos celulares de anunciantes com mais de 21 anos, idade mínima para a compra de bebidas alcoólicas nos Estados Unidos.

Distler conta que a empresa não recebe reclamações de seus assinantes, exatamente pelo fato de conseguir direcionar as campanhas para o público correto.

O fato de o consumidor estar com o telefone sempre à mão é uma boa razão para anunciar ali, diz Elizabeth. O telefone "é literalmente uma parte de você de uma forma que, se você não tiver um, então você se sente desconfortável", diz ela.

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