BRASÍLIA e RIO - A Brasil Telecom foi a vencedora da licitação da segunda licença da região 2 (Distrito Federal, Acre, Rondônia, Rocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), da faixa de 15 MHz, a mais cara de todo o leilão e que tem maior capacidade de transmissão. A empresa fez uma oferta de R$ 483 milhões, o que representa um ágio de 41,56% sobre o preço mínimo estabelecido, de R$ 341,208 milhões.
Na terça-feira, a Vivo levou o primeiro lote, de 10 MHz, dessa região, ao ofertar R$ 528,2 milhões, valor que superou em 132,2% o piso exigido pelo governo, de R$ 227,47 milhões. Ainda restam dois lotes para a região, que devem ser disputados por TIM, Claro e Nextel.
O leilão, que está sendo realizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) começou a ser realizado ontem e segue nesta quarta-feira, oferece licenças para exploração da Terceira Geração (3G) de telefonia móvel no Brasil ( clique aqui e entenda o que é 3G ). As novas freqüências que vão transformar o celular em um mini-computador, com acesso à internet banda larga.
No primeiro dia, quem puxou os preços, levando o ágio a superar 273% na última licença da região 1, que inclui o Rio de Janeiro, segundo observadores do leilão, foi a Nextel , que deve continuar firme na disputa. As emoções mais fortes desta quarta-feira são esperadas para a disputa das regiões 3 e 4, que incluem a área metropolitana de São Paulo. Segundo os especialistas, o ágio deve bater o recorde de terça-feira.
Vivo, Oi, TIM e Claro deram o pontapé inicial na terça-feira na disputa dos grandes grupos de telecomunicações e venceram a licitação para as quatro faixas de freqüência da área 1, a segunda mais valorizada, que inclui Estado do Rio, Espírito Santo, Bahia e Sergipe. Elas vão pagar, juntas, R$ 1,918 bilhão pela fatia conquistada, um ágio médio de 160,45% sobre o preço mínimo. Um dos lances vencedores, da Claro, chegou a ser 273,92% superior ao piso fixado pela agência reguladora, alcançando R$ 612 milhões.
Preços das ligações simples devem cair com o lançamento de serviços mais sofisticadosO superintendente de Serviços Privados da Anatel, Jarbas Valente, previu nesta terça-feira que o custo do telefone celular poderá cair em mais da metade no próximo ano com a entrada em operação do sistema 3G, de telefonia de terceira geração.
- A telefonia celular de terceira geração torna a comunicação de voz apenas uma das possibilidades do serviço móvel pessoal - destacou.
Valente também acredita que o ágio dos próximos lotes deve continuar alto, principalmente porque ainda não foram leiloadas as duas áreas de São Paulo - capital e interior - que despertam muito interesse das operadoras. Entretanto, avalia que o ágio poderá ficar em torno de 150% porque a empresa que levar capital e municípios nos arredores terá de oferecer o serviço na Região Amazônica. A operadora que ganhar a licença para o interior paulista deverá explorar os estados do Nordeste.
Valente estima que as empresas comecem a operar o 3G no primeiro semestre de 2008. Mas elas têm prazo de 12 meses, a partir da assinatura dos contratos, para entrar em ação. Ele disse ainda que os recursos arrecadados com o pagamento das licenças serão repassados ao Tesouro. Somente uma parte vai para o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust). Valente admitiu que os recursos ajudarão a compensar a perda de arrecadação do governo por causa da CPMF.
Até a véspera da licitação, as operadoras reclamavam que as licenças estavam caras, e o mercado estimava ágio de, no máximo, 35%. Pouco antes da abertura da rodada, a expectativa da própria Anatel era obter um ágio de apenas 25% - R$ 700 milhões sobre o piso de R$ 2,8 bilhões para as 11 áreas.
Universalização tem grande ênfase nesta licitaçãoNo edital da licitação, elaborado em conjunto com o Ministério das Comunicações, a Anatel impôs condições às operadoras que ficarem com o filé mignon: elas terão também que levar o serviço a uma lista de 1.836 municípios onde não há cobertura ou esta não chega a 80% da área urbana .
Para atingir a meta de universalização, o edital foi dividido em onze áreas, juntando regiões consideradas economicamente menos atrativas com locais de maior interesse. Assim, a concessionária que comprar a freqüência para a região metropolitana de São Paulo, por exemplo, leva junto a Região Amazônica (Amazonas, Amapá, Pará, Maranhão e Roraima).
As operadoras que vencerem o leilão 3G terão ainda oito anos para levar o novo serviço a pelo menos 60% da área adquirida. Grande parte dos municípios que estão na lista dos sem-celular da Anatel também figuram no rol das cidades com menos de 300 mil habitantes que terão que dispor da banda larga de internet móvel até 2012.
Pode haver um novo leilão 3G em 2008A Anatel poderá leiloar uma nova licença da Terceira Geração (3G) da Telefonia Móvel, a banda H, em 2008. A agência deverá licitar ainda as possíveis sobras de freqüência da licitação atual, o que leva a crer que serão investidos muito mais do que os R$ 10 bilhões estimados inicialmente com o desembarque da nova tecnologia no Brasil. (Leia no Globo Digital )
De acordo com o superintendente de Serviços Privados da agência reguladora, Jarbas Valente, isso abriria espaço para intensificar ainda mais a concorrência no setor.
A previsão é que dois grupos acabem ficando de fora do leilão que começou a ser realizado na terça-feira. Com um novo leilão, eles teriam uma nova chance de obter uma licença do 3G.
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